Mercado de Ocupação de Escritórios apresenta sinais de recuperação

mercado de escritórios

Com a atenuação dos efeitos da pandemia e o regresso aos escritórios, o mercado de escritórios começa a apresentar sinais de recuperação.

No contexto da atual pandemia COVID-19, a ocupação de escritórios por todo o país verificou um considerável decréscimo, justificado pelo regime de teletrabalho decretado obrigatório para as profissões em que o mesmo fosse possível, e, pelo adiamento das decisões de mudança ou expansão de novas instalações, a par da instabilidade que se avizinhava.

O mercado de escritórios tem acompanhado os períodos de confinamento e respetivas fases de alívio, demonstrando que a sua plena recuperação está a caminhar conforme o plano de vacinação avança e as empresas e respetivos colaboradores vão voltando aos seus espaços de trabalho.

 

Análise ao mercado de escritórios de Lisboa e do Porto

Um estudo recente realizado pela Savills Portugal vem dar conta das taxas de ocupação das principais zonas do mercado de escritórios – os grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, no período de janeiro a junho de 2021, que revelaram um decréscimo de 34% comparativamente com o período homólogo de 2020 e uma quebra de 50% se tivermos em conta os dados do período pré-pandemia (2019).

A queda das taxas de ocupação de escritórios foi praticamente transversal em todas as zonas de mercado, mas os efeitos da pandemia tendem agora a melhorar no segundo semestre do ano, potenciado em grande parte pela procura dos setores Financeiros e das Telecomunicações, Média e Tecnologias. Estes setores têm uma procura que tende a ser cada vez mais expressiva devido à sua natureza operacional, onde se tem notado, inclusive, uma expansão dos seus espaços de trabalho.

Verifica-se uma melhoria mensal na recuperação do mercado de Lisboa que caminha para valores de ocupação estáveis. Já no Porto é mais visível uma retração da procura e o adiamento de decisões de mudança ou expansão de instalações. Apesar disso, a mudança de instalações e a criação de novas empresas foram responsáveis por 88% do volume de absorção registado no Porto no 1.º semestre de 2021, mas, à semelhança do que se tem verificado também em Lisboa, o setor financeiro foi o mais ativo no mercado de escritórios.

 

Mercado de Escritórios em Lisboa

O setor das Telecomunicações Média e Tecnologias exerce um peso de 64% no volume total de absorção, notando-se maior impacto na zona de escritórios do Parque das Nações, confirmando a clara atratividade do mercado de escritórios desta zona, para a implementação de empresas ligadas ao setor da informática e tecnologia.

As maiores operações de ocupação do primeiro semestre pertenceram ao BPI, que ocupou cerca de 2.700 m2   no Edifício Monumental, e à Finsight Labs, uma nova empresa, que escolheu o Edifício Café Lisboa para estabelecer o seu local de trabalho ocupando 1.826 m2.

Também o Novo Banco exerce um peso relevante na ocupação de escritórios, apresentando uma taxa de absorção de 60% do Corredor Oeste, onde ocupa uma área de 2.800 m2 no Taguspark, reforçando o momento dinâmico que o setor financeiro regista.

A zona de escritórios CBD é aquela que regista a descida mais acentuada, tendo-se verificado uma redução de 5% de ocupação.

Este estudo propôs-se validar qual a direção da procura ao longo do 1º semestre de 2021, tendo verificado que a procura incidiu nos espaços de menor dimensão em detrimento dos maiores; estes últimos que tiveram maior expressão no período pré-pandemia.

Quando a análise incide nos intervalos de área, verifica-se que os espaços de escritórios com uma área entre 1.501 m2 e 3.000 m2 são os que apresentam o maior volume de absorção apresentando uma variação positiva de 53%, seguindo-se os espaços com área entre os 301 m2 e os 800 m2, com uma variação de 23%, e por último, os espaços com áreas até 300 m2 que apresentaram uma variação positiva de apenas 19%, comparativamente com o primeiro semestre de 2020. Pelo contrário, os espaços com área superior a 5.000 m2 registaram uma queda acentuada de ocupação correspondente a 63%.

 

Mercado de Escritórios no Porto

No mercado de escritórios do Porto, e para o mesmo período de análise – o primeiro semestre de 2021, – o volume de absorção total situou-se nos 9.558 m2, o que representa uma descida de 66% comparativamente com o período homólogo de 2020.

À exceção da Zona CBD Baixa, que observou um aumento de absorção superior a 100%, todas as restantes zonas de escritórios verificaram descidas de ocupação entre os 66% e os 94%.

No total do 1.º semestre de 2021, observou-se que os espaços com áreas entre 800 m2 e os 1.500 m2 representaram 50% do volume total de absorção, seguidos dos espaços com áreas entre 300 m2 e 800 m2, que apresentaram um peso de 24%.

 

Conclusão

A observação dos valores de ocupação do primeiro semestre de 2021, permite verificar uma evolução consistente, ainda que em níveis abaixo dos verificados no período comparado, mas que progridem de forma consonante com a recuperação, que se tem verificado positiva, deste mercado.

De acordo com a Savills Portugal, “com 54% dos novos espaços de escritórios projetados para 2021 já pré-arrendados e um processo de vacinação que segue a bom ritmo, os próximos meses prometem abrir caminho a um ano 2022 mais próximo dos valores pré pandemia».

É importante ressalvar que os escritórios irão continuar a exercer um papel fundamental no reforço dos valores e da cultura de qualquer empresa, prevendo-se desta forma, a estabilidade dos valores de renda praticados.

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